A Consulta de Cefaleias foi criada com o objetivo de diagnosticar de forma mais direcionada e personalizada os doentes com esta patologia neurológica, considerada a mais frequente de todas e, fornecer também novos tratamentos diferenciados a esta população de pacientes.
Cefaleias é o nome técnico para designar dores de cabeça, manifestando-se através de dor ou desconforto na região da cabeça incluindo face. As cefaleias variam muito nas suas diferentes caraterísticas: localização, tipo de dor, intensidade, frequência, duração e sintomas associados. Em consequência dessa variabilidade, de acordo com a Sociedade Internacional de Cefaleias, surgem diferentes categorias e classificações de cefaleias, contabilizando na sua totalidade mais de 300 tipos de cefaleias diferentes.
Existem várias estruturas na cabeça – nervos, músculos e vasos sanguíneos – que podem doer quando temos uma cefaleia; mas o parênquima cerebral propriamente dito não dói.
As cefaleias podem ser o resultado de uma alteração estrutural (nervos, músculos ou vasos sanguíneos) ou a consequência de uma patologia (traumatismo craniano, sinusite, hipertensão arterial, apneia do sono, entre outras). No entanto, a maioria das cefaleias não tem uma causalidade direta, é o caso das cefaleias tipo tensão e das enxaquecas, cuja razão se atribui ao stress e à tensão muscular. Apesar de poderem ter sintomatologia variada, as cefaleias tipo tensão e as enxaquecas têm em comum as seguintes manifestações: início lento, a cabeça habitualmente dói dos dois lados; a dor é tipo aperto (como se fosse um capacete a apertar); a dor pode envolver apenas a parte de trás da cabeça ou pescoço; a intensidade é ligeira a moderada, habitualmente não está associada a náuseas, vómitos ou sensibilidade à luz (fotofobia).
CEFALEIAS TIPO TENSÃO
São as cefaleias mais comuns. O stress e a tensão muscular são dois fatores que contribuem para este tipo de cefaleias.
Apesar de poderem ter sintomatologia variada, os seguintes aspetos são comuns a todas elas:
-Início lento da cefaleia;
-A cabeça habitualmente dói dos dois lados;
-A dor é tipo aperto, como se fosse um capacete a apertar;
-A dor pode envolver apenas a parte de trás da cabeça ou pescoço;
-A intensidade é ligeira a moderada, normalmente não descrita como sendo severa;
- Habitualmente não associada a náuseas, vómitos ou sensibilidade à luz (fotofobia).
A enxaqueca é um tipo de cefaleia que além da dor de cabeça, se faz acompanhar por sintomatologia concomitante: náuseas, e/ou vómitos, e/ou fotofobia/fonofobia, com intensidade severa e incapacitante, cujas manifestações podem durar até 72 horas. A enxaqueca pode ter várias fases, contudo nem todos os pacientes experimentam esta sequência: pródromo (alteração do humor/comportamento), aura (sintomas visuais, sensitivos ou de linguagem), enxaqueca em si (dor intensa, habitualmente latejante, de um ou dois lados da cabeça, podendo estar associado a náuseas, vómitos, fotofobia e/ou fonofobia) e fase de resolução.
Importante realçar que frequentemente os pacientes podem ter mais do que um tipo de cefaleias associadas. Deste modo, é comum o mesmo paciente queixar-se de enxaqueca e cefaleias tipo tensão, por exemplo.
O diagnóstico de cefaleia é efetuado essencialmente pela história clínica e pelo exame físico/neurológico e se necessário, exames complementares de diagnóstico (no caso de poder existir uma causa secundária). De qualquer forma, a história clínica é determinante para o diagnóstico e a diferenciação do subtipo de cefaleia. Nesse sentido, o doente deve ser o mais específico possível na caraterização da sua cefaleia: a que altura do dia ocorre, localização, tipo de dor, duração, sintomas associados, fatores desencadeantes ou história anterior de traumatismo craniano.
Contudo, sempre que houver suspeita de causalidade secundária devem ser pedidos exames dirigidos à suspeita clínica: análises sanguíneas, Tomografia Computorizada aos seios perinasais, Tomografia Computorizada ou Ressonância Magnética cerebral, entre outros.
>> A precisão do diagnóstico das Cefaleias e/ou Enxaquecas
>> Disponibilidade de tratamentos mais específicos e direcionados para as cefaleias mais particulares e, nestas podem ser opção o bloqueio de nervo occipital, aplicação de toxina botulínica ou o mais recente tratamento na profilaxia das enxaquecas: o injetável mensal de anticorpo monoclonal humano do recetor CGRP.
O tratamento específico da cefaleia é baseado na idade do paciente, antecedentes médicos, tipo de cefaleia(s), a frequência e gravidade das cefaleias, a tolerância do paciente a determinados medicamentos, procedimentos e terapias.
Podem ser recomendadas medidas mais gerais no sentido de prevenir as cefaleias; evitar os fatores gatilho (fatores desencadeantes): determinadas comidas (álcool, chocolate, queijo curado, aumento ou diminuição do consumo de cafeína, nitratos, glutamato monosódico presente em alguma comida asiática), privação do sono e jejum.
Este serviço está disponível em Português e em Inglês.
Sociedade Portuguesa de Cefaleias - www.cefaleias-spc.com
Sociedade Internacional de Cefaleias - www.ihs-headache.org
O uso de toxina botulínica no tratamento da enxaqueca crónica
Vamos tratar da sua dor de cabeça na consulta especializada de cefaleias e enxaquecas